terça-feira, 30 de agosto de 2011

24º Dia - Maracaibo a Rio Hacha (Venezuela)

Editado por Tita, Paini e Lírio


Vigésimo Quarto Dia  22 AGOSTO 2011 
Maracaibo a Rio Hacha
Mais um dia que levantamos cedo. Marcamos para levantarmos às 5h30min para tomarmos café e sairmos em direção a Cartagena. Ja na saída paramos em um posto de combustível que aqui se chama estacion de servicios, onde abastecemos as motos por aquele preço que todo brasileiro gostaria que fosse aplicado ao Brasil, uma vez que somos considerados auto-suficientes em petróleo. Segundo palavras do próprio Lula: “com as mãos sujas de petróleo”, mas que para nós brasileiros, infelizmente, ainda é só um sonho.
Calibramos os pneus das motos e confiamos nas coordenadas do GPS que nos levou para um bairro errado. No retorno notei que o pneu da moto do Filippi estava baixo, então resolvemos parar em uma borracharia. Conversamos com os proprietários e estes nos disseram que só arrumariam o pneu, mas que não o tirariam da moto. Entramos imediatamente em ação e o Carlos, amigo Venezuelano, puxou a frente. Como ele é corredor de MotoCross, aliás campeão interestadual na Venezuela,  acaba manjando tudo de moto. 
Na borracharia não havia a chave necessária para tirar a roda, mas por sorte o Lirio tinha levado consigo as chaves e rapidamente providenciou a tal chave de roda. As outras chaves necessárias, o Carlos conseguiu emprestado de um pessoal que tinha uma loja em frente à borracharia. Erguemos a moto no jacaré, pois o tripé da moto não está funcionando devido as inúmeras lombadas, pois a cada uma que se passa enrosca, o que levou o sensor a não funcionar mais. Tiramos a roda e uma vez toda desmontada, vistoriou-se todo o pneu e constatou-se que não havia furo nenhum.  Montamos o pneu traseiro novamente e partimos para o da dianteira que havia sido feito um palhativo no dia anterior, e o arrumaram também. O calor era insuportável e quase terminamos com o estoque de água mineral da borracharia.










Enquanto ainda lidávamos com os pneus, apareceu a polícia para falar conosco e nos pediram se necessitávamos de alguma coisa, colocando-se prontamente à nossa disposição para o que precisássemos. Resolvemos pedir para que eles nos levassem até a saída da cidade, pois estava muito complicado de achá-la. Muito rapidamente chamaram dois policias de motos para nos conduzir até a saída da cidade e rumo à Cartagena, inclusive paravam o trânsito, com sinaleira e tudo para passarmos. Foram muito camaradas e gostaríamos de deixar a eles um forte abraço e dizer que isso só veio a nos deixar uma impressão melhor ainda do povo Venezuelano.












A viagem seguiu normal. Verificou-se muita mata verde na região, contudo, muita pobreza se faz visível aos olhos. Nas rodovias o asfalto pode ser considerado bom, mas no perímetro urbano das cidadezinhas pelas quais passávamos, as ruas eram todas esburacadas com lixo a céu aberto e uma pobreza de dar dó. Lá tudo é permitido. Pessoas sentadas no capô traseiro dos carros, pessoas “entulhadas” em cima de caminhões, pessoas andando sem capacetes em três, até quatro pessoas em cima de uma única moto. Coisas impensáveis no Brasil!


 
 
Antes de chegarmos à fronteira com a Colômbia, a mais ou menos cada 50 km, se encontrava o exército nacional fazendo barreira, a maioria deles, muito jovens. A posteriori, ficamos sabendo que se tratava de treinamento e manobra militar. Só fomos parados por uma guarda provincial que nos pediu os passaportes, e assim que foram conferidos, nos autorizaram seguir. 

 
Assim que chegamos à fronteira, entregamos os documentos das motos feitos em Santa Helena, local que adentramos na Venezuela, com carimbo no passaporte. Há uns 10 km, novamente uma barreira para carimbar os passaportes, e lá precisamos pagar pelas 8 pessoas um total de 608 bolívares (é cobrado por passaporte e não por veículo). Nossa sorte foi que o Lirio ainda tinha esse valor em bolivares, pois os demais não possuíam mais espécie nessa moeda. 
Na Colômbia a “entrada das pessoas” é bastante rápida, pois só pedem o passaporte para carimbar e o que  se vai fazer naquele país.  Mas no tocante aos documentos das motos, há morosidade. Havia uma única pessoa atendendo, muito simpática e prestativa, contudo, muito detalhista e sistemático. Acabamos ficando mais de três horas para fazer a documentação para entrada das motos. Solicitaram-nos uma cópia do documento da moto, uma cópia do passaporte onde tem a foto e uma do carimbo de entrada e isso tudo acompanhado das originais para a conferência. 
Após os trâmites legais, seguimos viagem em direção à Santa Marta que fica na orla do Mar Caribenho e não mais a Cartagena, como era a intenção inicial, em função do tempo tomado na aduana. Neste trecho, região de muita mata, quase ficamos sem gasolina, pois erramos a rodovia e nos deparamos em um local em que no período das 18h até as 6h da manhã é proibido o tráfego de veículos. A moto do Deja já estava na reserva há uns 30Km quando os guardas nos informaram que a uns 15 km tinha uma cidade com posto de combustível. Ficamos na torcida para que desse tempo de chegar até lá. 
Nesse trecho havia inúmeras pessoas oferecendo tambores de gasolina, com preço menor, mas com a opção do posto, optamos pelo mesmo por ser mais confiável. Cada galão comporta 3,5 litros e custa 3,50 pesos colombianos, o valor e considerado baixo em função do combustível vir do pais vizinho. (hum mil pesos colombianos equivalem a mais ou menos um real). 
Havíamos trocado dólares por pesos colombianos na saída da Venezuela (um dólar por 1600 pesos). Chegado o tal posto fomos atendidos por uma linda morocha que era frentista, aliás, muitas mulheres bonitas aqui na Venezuela, o que vêm a confirmar o montante de Miss Mundo que têm feito. Abastecemos e seguimos a viagem, estava quase anoitecendo quando chegamos a cidade de Rio Hacha, que fica também na orla do Mar do Caribe, onde encontramos um motociclista que nos levou a uma pousada de frente para o mar, com piscina e tudo o mais que tínhamos direito depois daquele calor terrível que enfrentamos ao longo do dia. “Chique do úrtimo”, segundo nosso amigo Lírio. 
Resolvemos ficar e pernoitar nesta primeira pousada consultada ao preço de 147 pesos colombianos por apartamento duplo. Uma pousada muito linda, local bem agradável, bem estruturado e ótimo atendimento. Nossa janta foi um peixe grelhado regado com cerveja de marca Club Colômbia. Ah, a beira da piscina, claro! Com direito a uma braçada e uma geladinha para repôr os sais minerais perdidos, afinal, não somos de ferro!!!

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