terça-feira, 30 de agosto de 2011

30º Dia - Cartagena à Medellin (Colômbia)

Editado por Bamberg, Tita e Paini


Trigésimo Dia - 28 Agosto 2011
Cartagena a Medellin - Colômbia

Saímos de Cartagena às 6h30min rumo à Midellín. Calor logo pela manhã, em torno de 31 graus. Confiamos no GPS que nos apontava um caminho mais curto, pena que ele não tem como nos dar a avaliação das condições da estrada. De cara nos deparamos com a estrada bastante ruim, mas à medida que íamos adentrando no que parecia ser uma estrada que nos levaria ao interior (roça), percebemos que o dia não seria nada fácil. Ela só piorava a medida que avançávamos. Deplorável! Pensávamos que jamais pegaríamos estrada pior que aquela que pegamos de Manaus a Boa Vista, mas essa era “ruim ao quadrado”.




Passado um pouco aquela buraqueira toda, sem contudo, poder elogiar a que se seguia, começamos a contemplar belas propriedades rurais, muito bem cuidadas e com muito gado no pasto. Cria-se aqui muito gado de corte, gado de leite e lindas manadas de búfalos. Podem-se visualizar também plantações de soja e milho.
Infelizmente ao longo de nossa expedição temos presenciado muitos acidentes, alguns fatais. Por ser Domingo, encontramos vários ciclistas, todos trajados com roupas e capacetes especiais, fazendo um passeio entre amigos, quando de repente nos deparamos com um deles,que estava um pouco afastado dos demais e que havia sido atropelado. É triste, pois é um grupo, assim como o nosso e sabemos o quanto um zela pelo bem estar do outro. Alguns quilômetros a frente nos deparamos com mais duas carretas tombadas, desta vez, aparentemente e felizmente, sem vítimas fatais. 
Paramos em um posto de combustível apenas para dar uma esticadinha nas pernas e lanchar, uma vez que não havia necessidade de abastecer as motos naquele momento. Lá encontramos uma senhora muito querida, que assim que soube que éramos brasileiros, ligou imediatamente para seu sócio e amigo Carlos, também motociclista e que esteve de moto no Brasil por 3 vezes. Carlos que mora em uma fazenda nos arredores, disse que nos esperaria na ponte, pois queria muito nos falar. De uma simpatia contagiante, ele insistiu muito que pernoitássemos em sua casa, pois queria nos fazer um “churrasquinho” que ele aprendeu a falar no Brasil. 
De coração ficamos atentados a ficar, contudo, como estamos com o tempo bem limitado em função dos vôos programados, tivemos que recusar. Ele então nos colocou a disposição a casa de sua irmã que reside em Bogotá e nos indicou um hotel em Medellín ontem pernoitaríamos. Trocamos emails e telefones e esperamos que da próxima vez que ele for ao Brasil, dê uma esticadinha lá para o Sul para nos visitar.  
Antes de iniciar a subida da Cordilheira a temperatura estava em 41 ºC o que deixa a todos do grupo muito impacientes smpre que acontece uma parada, pois dentro da roupa de proteção o calor é muito e o corpo transpira exageradamente.
Iniciamos a nossa subida à Cordilheira dos Andes do lado Colombiano. A paisagem é muito bonita, contudo, com muitos obstáculos, como capim alto, arames e cercas, o que comprometeu a retirada de boas fotografias. A altitude máxima ficou em 2.816m e a temperatura baixou rapidamente para 13 graus o que nos levou a bater queixo e lembrar do frio que está fazendo no Brasil, em especial no Sul.













Devido ao frio que fazia, paramos numa estação de serviço para tomar um café, e la estavam vários camioneiros com suas maquina ou caminhões, então falamos, vamos tirar uma foto dos caminhoes, ai  um senhor muito gentil nos convidou para conhecer o seu caminho, aquele caminhão casa que se vê nos filmes americanos. Neste caso trata-se da marca Internacional cabine estendida. Ficamos muito felizes com a atenção do motorista que fez questão que todos entrassem para visualizar e tirar fotos.








Ao longo da rodovia, fato que nos chamou a atenção é que as pessoas costumam instalar, precariamente, diga-se de passagem, mangueiras para fazer aproveitamento da água que desce da Cordilheira para lavar caminhões e carretas que passam pelo local, conseguindo, assim, uma renda extra. 
Uma cena bizarra e perigosa que se vê a todo momento por aqui são meninos, com suas bicicletas, pegando “carona” em carretas em alta velocidade, sem o menor temor. Também muito comum, são motoqueiros andarem em três ou até mesmo em quatro pessoas em cima de uma única moto e todos, sem capacete. Como motociclistas, ficamos tristes!
Como levamos mais de 3 h para fazer os 100 primeiros kilometros por causa das terríveis condições da estrada, acabamos nos pegando noite adentro, coisa que não gostamos, de maneira alguma. Na descida da cordilheira, com curvas acentuadíssimas e tráfego intenso, a maior parte, veículos de grande porte, acaba-se usando muito os freios, o que leva a um super aquecimento e a conseqüente perda de suas funções. Foi o que aconteceu com a moto do Filippi. Ele ficou totalmente sem freios em uma descida bem acentuada.
Mesmo estando a uma velocidade de apenas 50 ou 60 Km/h, foi um período de pânico para todos. O companheirismo mais uma vez prevaleceu e os colegas tentavam ajudar de todas as formas possíveis. O Carlos e o Paini pensaram em pegar na moto do Filippi para ver se conseguiam controlá-la. Mas era tudo muito rápido e desesperador, então, rapidamente mudaram a estratégia. Os companheiros ligaram os alertas de suas motos e começaram a fazer uma espécie de cordão em volta de modo que servisse de alerta aos demais veículos, conseguindo, assim, isolá-la o máximo possível. 
O Filippi ia tentando segurar a moto só na marcha e com os pés no chão. Não havia acostamento algum no local, então, assim que surgiu uma entradinha, onde havia uma casa, o Carlos e o Paini, numa tentativa desesperada, tomaram a frente e colocaram sua moto em FRENTE para que servisse de “pára-choque” para parar a moto sem freios. Graças a Deus e a experiência dos companheiros, deu tudo certo e ninguém se feriu. 
O Filippi e a Tita estavam pálidos. Ficamos mais de uma hora, parados esperando o freio esfriar, com esperanças de que voltasse a funcionar.  Testou-se e pegou-se estrada novamente, mas com bastante cautela. Pode-se dizer que se tivesse sido gravado, serviria, sem dúvidas, para cenas de um filme de ação, e daqueles bem tensos e cheios de suspense. Que esse espírito de companheirismo que existe em nós, perdure para sempre, bem como, nossa paixão por duas rodas.
Chegamos ao hotel que o amigo Carlos – motociclista - havia nos recomendado em Medellín por volta das 22h15min. O hotel Las Lomas, localizado próximo ao aeroporto, conta com uma estrutura fantástica, tanto interna, quanto externamente. O atendimento é show. Por sorte, eles estariam servindo o jantar até as 23h, então, antes de tirarmos as bagagens, fomos jantar, pois depois daquela adrenalina toda, estávamos famintos e sedentos. 
Depois da boa comida, nada melhor que uma excelente chuveirada e uma cama bem confortável.

Bem amigos internautas, por hoje ficamos por aqui.

Um forte abraço.

Bamberg


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