terça-feira, 23 de agosto de 2011

8º e 9º Dia - Porto Velho a Manaus - Balsa

Oitavo e Nono dia pela América
                Bem amigos internautas!

                Depois da recepção que tivemos na casa do meu estimado cunhado Irineu Mazocco, popular “Léo”, tivemos uma noite bem tranqüila com todos acomodados na casa do mesmo e na casa conjugada da querida cunhada Marli Mazocco irmã do Léo, dando desta forma fazer a separação dos que tem o sono mais pesado e digamos ruidoso... nos proporcionando um gostoso sono.
Na manhã de sexta-feira a preocupação era verificar as condições do barco que o “Léo” e a equipe da navegação havia reservado para embarcar as nossas motos para Manaus e antes de meio dia pudemos verificar “in loco” a embarcação e nos agradou muito, tendo como único problema como colocá-las dentro do barco, pois o atracadouro desse tipo de embarcação é num barranco extremamente alto e com acesso por escadinhas escavadas nele com a escora dos degraus com tabuinhas de madeira. Para as V-Strom minha e do Paini e a GS do Lírio não seria um problema, porém as Shadow do Deja e Jânio e a BMW do Filippi com certeza seria um problema muito sério, pois além do barrando tem ainda a prancha de madeira que serviria de rampa para acessar o barco e, além disso, a borda da embarcação com em torno de 50 cm de altura para entrar dentro dela o que na nossa avaliação seria inviável para efetuar a operação de embarque.




Aí entrou novamente o “Léo” na jogada nos tranqüilizando de pronto todo o grupo e negociou com a Dona Rosana proprietária da “Balsa Vieira” para que tão logo a balsa estivesse carregada com a sua carga de mercadorias e passageiros, para que, descesse o rio madeira e atracasse no porto de travessia do Humaitá de propriedade da empresa do Léo e as motos fossem embarcadas naquele porto com a ajuda de toda a estrutura de pessoal e equipamentos o que de pronto foi aceito pela proprietária da embarcação.


Bom pessoal, a partir daí todo o nosso grupo passou a respirar mais tranqüilo, pois era uma preocupação muito grande ter a certeza de que nossas motos seriam embarcadas com segurança. Nesta manhã também fomos brindados com a vinda para Porto Velho do nosso querido amigo Kiko Maldaner e sua esposa que nos fizeram a visita e também puderam acompanhar de perto a negociação de embarque das motos e depois de resolvido todo esse problema, Léo e Kiko nos levaram para uma Churrascaria chamada “Boi na Brasa” de propriedade de um catarinense e gerenciada por um Itapiranguense que todos chamam carinhosamente de “Chuchu” e dessa preliminar todos já podem imaginar de como foi o atendimento, pois como o próprio no nome já sugere, não faltou picanha, mas o destaque principal foi o Dourado na Brasa, o que confesso amigos leitores, a picanha acabou sendo renegada a segundo plano.

Para surpresa nossa no nosso amigo Kiko estava de aniversário e acabou por pagar toda a festa pra galera sendo nós obrigados a tomar mais umas cervejas além da conta e sair do restaurante satisfeitíssimos. A tarde foi aproveitada para fazer turismo em Porto Velho e conhecer a cidade antiga de Porto Velho a praça da estação de trem da Madeira Momaré a Cidade a Beira do Rio Madeira as caixas de água de ferro fabricadas nos EUA e instalados na parte alta da praça do centro velho e outras belezas mais que todas as cidades tem para oferecer.
A noite todo o grupo foi convidado a participar de um jantar na Chácara do nosso amigo popular “Ceará” proprietário de uma Veterinária em Porto Velho e amigo do Léo. Cardápio oferecido foi, carne de ovelha, cabrito e picanha e regado com muita cerveja.







O sábado foi de descanso na casa do Léo até a tarde 15h30min quando a embarcação atracou no porto do Léo para embarcar as motos.
Para nossa surpresa o espaço reservado para as motos foi no meio da embarcação pois na frente da embarcação até a metade do convés a mesma estava carregada de bananas e frutas encaixotadas, tendo o espaço vago para as motos no meio do convés e depois até a popa da embarcação a mesma estava carregada com uma carga de carreta cheia de sacos de farinha de 50 kg, o que nos dá uma dimensão aproximada de como funciona a navegação das embarcações de carga do rios da região norte.
A operação de embarque teve início com uma operação de logística fantástica, onde o Léo despachou ordens para os seus funcionários encostar a terceira balsa de travessia que ficou a nossa disposição e as motos foram colocadas sobre a balsa dando condições da embarcação “Balsa Vieira” atracar contra a balsa de travessia sendo que esta, levantou a rampa de embarque na altura certa da outra embarcação sendo necessário somente pranchas para acessar o convés de carga pela borda de 50 cm de altura.
O primeiro candidato a colocar a moto foi o Fillipi e foi aí que pudemos presenciar o semblante de preocupação do nosso companheiro de viagem, suor escorrendo pela testa em abundância além da caricatura do mesmo que expressava pavor total e não era de graça, pois a considerar o peso da moto, sem pontos de pega para ajudar a segurar a moto, realmente dá para imaginar o que se passou na cabeça do piloto. Mas depois de muitas manobras e umas sete pessoas escorando a moto, finalmente a mesma estava estacionada no convés da embarcação e o nosso amigo encharcado de suor e com certeza mais aliviado.
Para nossa surpresa apareceu uma Van Furgão carregada de mercadorias e esta teve que ser carregada em seguida, aí sim que a operação foi mais crítica, pois no entrar no convés as pranchas se quebraram mas graças ao bom Deus a esta também ficou estacionada no lugar certo.
Iniciou-se então a segunda etapa de embarque das motos, sendo eu o voluntário a colocar a moto para cima da embarcação, foi aí que pude ter uma noção do que o companheiro Fillipi passou quando colocou a sua moto no convés. Todas as pessoas que ajudam a segurar a moto não tem a exata noção do ponto de equilíbrio da máquina e o piloto entra em parafuso, pois a moto está pendida mas sendo segurada por muitas pessoas e você tentando equilibrar ela e não consegue, realmente dá uma sensação muito estranha.
Assim uma por uma as motos foram colocadas sobre o convés da embarcação de carga, sendo amarradas e quando vimos a embarcação já estava desatracando e parte das minhas mochilas ainda estava dentro da caminhonete do Léo, foi quando gritei com o Edson filho do Léo que correu até a caminhonete e trouxe o material que foi sendo atirado de longe para ser pego no ar. Ficou por último a minha mala de tanque, cheia de bagulhos, máquina filmadora, máquina fotográfica, carregadores de baterias, net-boock, documentos, passaporte e por pouco a sacola não caiu na água.
Depois do sufoco começou a nossa viagem enquanto que nossos colegas estavam na margem acenando para um até breve, os três mosqueteiros, Lírio, Deja e Bamberg se deliciavam com a brisa gostosa vinda do rio pois a embarcação viaja a uma velocidade de 15 km/h não dando chances aos mosquitos e insetos chegarem perto dos passageiros fato este que foi uma excelente surpresa para nós. Antes de sairmos de Porto Velho tivemos o cuidado de comprar repelente para insetos o que é desnecessário.
Para a viagem foi também comprado uma barraquinha, colchão inflável, saco de dormir e rede tipo garimpeira (rede de nylon que ocupa pouco espaço na mochila), sendo estes materiais de suma importância, pois a proprietária nos autorizou montar as barracas no terceiro piso da embarcação ao lado do bar e da cabine do comandante. Não fosse desta forma, acredito que seria bem difícil conseguir dormir, pois para quem não é acostumado dormir em rede não tem noção o desconforto que é, talvez por não sermos acostumados.
Detalhes da negociação de embarque das motos:
Cada moto teve um custo de R$ 200,00 e mais R$ 200,00 por passageiro incluídas as refeições, porém o preço feito para nós foi em virtude uma negociação efetuada antes pelo Léo, pois o preço normal para moto grande é de R$ 350,00 por moto.
Para os futuros aventureiros que queiram fazer este percurso e não tenham todo o apoio logístico que nós tivemos, a informação a seguir é extremamente importante, pois conversando com a dona Rosana durante o percurso a mesma me informou que depois que nós saímos na sexta-feira ela aproveitou para fazer contatos para futuras situações como esta e me garantiu que a empresa F.P.Vieira viabiliza este tipo de embarque com porto e rampa adequada no Porto da Portobrás a um custo de  R$ 350,00 o pacote das 06 motos.
Portanto, acredito que esta informação é de grande utilidade, pois antes de viajarmos nós fizemos um levantamento para todos os detalhes da viagem e as informações sobre embarque de motos em embarcações é muito rara e também dão conta de alguns absurdos que são cometidos no translado das motos.
Além do mais chama a atenção para a época do ano que resolvemos fazer a viagem, época de seca no norte do país e o rio madeira com seu nível muito abaixo do normal, aumentando o risco das embarcações encalharem, pois para descer são 04 dias e 04 noites sempre na mesma velocidade e para subir aumenta em dois dias a viagem.
Mas para a equipe da F.P.Vieira isso não é problema, pois com o leme nas mãos do Comandante Assunção Vieira conhecido como “Marujo” e do Prático José Gomes conhecido como “Sabá” tudo transcorreu normalmente, pois impressiona o conhecimento do trajeto do rio desse pessoal. Durante o percurso eu tive a oportunidade de estar na cabine do comandante por várias vezes e fiquei impressionado com a memória do Comandante “Marujo”, pois ele anunciava as vezes até meia hora antes de que iríamos passar por canais estreitos com pedras ou partes rasas dizendo até a profundidade aproximada e realmente se confirmava, portanto, isso também nos tranqüiliza muito durante a viagem.


Nesta época de verão o conselho é não embarcar as motos em embarcação de recreio por causa do calado dessas embarcações que é de em torno 3,40m e a embarcação que estamos navegando tem o calado de em torno de 1,80m, o que facilita a navegação, pois como prova disso, tivemos um trecho do rio onde encontramos uma balsa com várias emendadas umas nas outras por cabos de aço encalhada em banco de areia e os cabos de aço arrebentando e desatrelando as balsas umas das outras.
Neste ponto do rio a nossa embarcação reduziu a velocidade e o Comandante “Marujo” foi na frente com uma embarcação tipo voadeira e com uso de sonda foi dando o caminho para o prático “Sabá” e nesta oportunidade pude pessoalmente acompanhar de perto a operação de desvio dos bancos de areia, e num certo momento a sonda da nossa embarcação chegou a marcar 1,9m de profundidade apenas, abaixo do casco da embarcação.





 
Com essa profundidade apenas, amigos leitores, vocês podem ter uma exata noção do perigo que representa embarcar moto para o trajeto fluvial.
Um conselho dado pela tripulação nossa é de que, jamais embarcar a moto em porão de embarcação, pois se acontecer de furar o compartimento que está a moto, com certeza vai acontecer a inundação dessa área e o prejuízo poderá ser grande.
Horários de Partida e Chegadas nos Portos
PARTIDA
CHEGADA
Manaus-AM
6ª Feira
18h
Porto Velho
4 ª Feira
19h
Porto Velho
Sábado
19h
Manaus-AM
4 ª Feira
05h

F.P.Vieira de Manaus – Proprietária Dona Rosana Gomes – Fones (092) 9143 2450 e (092) 3228 1081 – Manaus – (069) 9977 5044 Porto Velho.

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